No Dia Mundial contra o Abuso sobre os Idosos, o Papa Francisco também une a sua voz à de muitos que apelam ao #salviamoinostrianziani (=#salvemososnossosidosos). Num tweet, o Papa disse: "A pandemia da #COVID19 salientou que as nossas sociedades não estão suficientemente organizadas para dar lugar aos idosos, com o devido respeito pela sua dignidade e fragilidade. Onde não há cuidados para os idosos, não há futuro para os jovens".
Sant’Egidio celebra este Dia Mundial em todos os países onde está presente, e relança a recolha de assinaturas ao apelo internacional "Sem idosos não há futuro - Para «re-humanizar as nossas sociedades - Contra "cuidados de saúde selectivos"». O manifesto, que tem como primeiros signatários Riccardi, Prodi, Habermas, Sachs, Gonzalez, Pöttering, Zuppi, Bokova, De Rita e outros nomes importantes, tanto europeus como mundiais, viu nos últimos dias a participação de dezenas de milhares de cidadãos, juntamente com novas personalidades pertencentes a diferentes sectores, incluindo o arquitecto Renzo Piano, a secretária da CISL, Anna Maria Furlan, o sobrevivente da Shoah Sami Modiano, o escritor Paolo Rumiz, o apresentador de televisão Flavio Insinna e o cantor-compositor Claudio Baglioni.
O apelo resulta da amarga constatação do número muito elevado de vítimas da Covid-19 entre a população idosa, particularmente entre os que se encontram em internatos e lares de idosos, e propõe uma mudança radical de mentalidade que conduza a novas iniciativas sociais e de saúde.
á em 2018, um relatório da Oms assinalava que, precisamente "nos internatos, as taxas de abuso são muito mais elevadas do que nos contextos comunitários" e incluem vários maus-tratos, incluindo "restrições físicas, privação de dignidade, imposição de tarefas diárias, prestação intencional de cuidados insuficientes, negligência e abuso emocional". A situação agravou-se durante a pandemia de Covid-19, resultando, como se sabe, numa taxa de mortalidade muito elevada nos lares, cerca do dobro da dos idosos que vivem em casa, de acordo com os dados do Instituto Superior de Saúde.
Por este motivo, no Dia Mundial que hoje celebramos, Sant’Egidio,juntamente com o apelo internacional, apresenta também ao Estado e às administrações locais a necessidade de chegar o mais rapidamente possível a um sistema que privilegia a prestação em casa dos cuidados e da assistência à população idosa.