Esta manha, em Sant’Egidio, na sala da paz desenrola-se a conferência Migração e integração, Estados Unidos e Itália: dois modelos em comparação. O presidente da Comunidade de Sant’Egidio, Marco Impagliazzo, abrindo os trabalhos, observou que Sant’Egidio representa, “um laboratório privilegiado, com varias décadas de experiência, no acolhimento e integração dos emigrantes”. A abordagem de Sant’Egidio, baseada no ensino da língua em escolas gratuitas a partir do final de 1982, observou o presidente da Comunidade, “difunde uma cultura comum e permite o intercâmbio entre pessoas provenientes de todos os continentes”. Segundo Impagliazzo, “A integração é uma casa comum a construir juntos e não um hotel, onde as pessoas vivem juntas sem se conhecer umas ao lado das outras. Integração não significa construir um país onde as diferentes comunidades vivam separadas e reciprocamente impermeáveis. “Na Europa falta uma agência europeia para a emigração, baseada no modelo da dos Estados Unidos, que possa enfrentar a questão dos emigrantes que entram na Europa de forma unida, sem uma fragmentação regional”. Da constatação da Presença de “tantos homens e mulheres integrados na nossa sociedade” vem a proposta de deixar de usar as palavras “emigrante” e “estrangeiro”: “é muito melhor chamar-lhes novos Italianos e novos Europeus”, observou Impagliazzo, que em conclusão recordou a abertura dos corredores humanitários, que permitirão a 1000 refugiados de campos do Líbano, Marrocos e no futuro também Etiópia, alcançar a Itália sem enfrentar a viagem da morte .
"Os Estados Unidos da América tem a maior percentagem de emigrantes do mundo: quero afirmar que este fator torna o país mais forte e dá-lhe uma visão pluralista”, afirmou o subsecretário americano dos Assuntos públicos Richard Stengel, intervindo na conferência proposta pela Embaixada Americana em Itália e Sant’Egídio. Stengel observou depois: “todos os meus antepassados vieram de outros países, não americanos. Penso ser uma obrigação moral de qualquer democracia acolher os emigrantes”,também porque “estamos na pior crise de refugiados desde a segunda Guerra mundial”. Portando a saudação do presidente Obama e agradecendo à Itália e Sant’Egídio pelo trabalho na área do acolhimento e da integração, Stegel concluiu: “ Venho aqui para aprender mas também para dar o meu apoio. O meu departamento em Washington doou 1,3 milhões de dólares para o programa de refugiados aqui em Itália mas eu queria poder fazer mais ".
Em representação do governo italiano interveio o vice-ministro do interior Filippo Bubbico, que sublinhou as escolhas importantes da Itália nos últimos anos, como em 2013 “quando lançamos Mare Nostrum e salvamos muitas vidas humanas”. Para Bubbico, “o sistema de acolhimento europeu deve ser construído e praticado. Não se devem enfrentar as emergências com a astucia reciproca dos países” mas promover soluções como “ os corredores humanitários” de forma a garantir acolhimento e segurança. "Este é um momento delicado na Europa – observou o vice-ministro italiano - arriscamo-nos de perder o nosso sentido de pertença. O perigo é que os egoísmos nacionais possam colocar em discussão a ideia de uma Europa unida. É um perigo real que nós devemos derrotar com inteligência e com sabedoria e, para derrotar estas tentativas de repressão, temos a necessidade de promover uma nova e diference sensibilidade de opiniões públicas nacionais".
A jornalista Viviana Mazza observou a insistência por parte dos media de utilizar uma linguagem apropriada ao tratar temas delicados como o da imigração. Nem sempre isto acontece, mas é dever de quem faz a informação, concluiu a jornalista do “Corriere della Sera”, oferecer uma informação correta, de forma a impedir que nasçam medos e ameaças injustificados. Um trabalho decisivo respeita também ao lideres religiosos, segundo Elzir Izzedin, íman de Florença e presidente UCOII. O religioso Islâmico comparou o papel dos lideres religiosos àquele dos “bombeiros: apagar os incêndios do medo, do ódio e da intolerância”.