Marco Impagliazzo: "Estamos no coração da conferência de Bolonha, "Pontes de Paz", aqui na Piazza Maggiore, em frente à Basílica de San Petronio, onde há a cerimónia final deste grande congresso internacional, inter-religioso, ecuménico onde tantos têm encontrado formas de falar, de trazer as suas experiências e onde tantos, especialmente, espressaram a necessidade de constriuir novas pontes de paz para este mundo. Expressaram-se aqueles que vivem e se sentem uma minoria em tantos países para os quais as pontes não são uma escolha, mas uma necessidade. Isto foi dito pelos que vivem em situações em que a globalização criou novos cenários e quando se constroi uma ponte tem de se pensar na outra margem, isto é, no facto de que do outro lado do rio há outras pessoas diferentes de nós, que a ponte vive na diversidade e une a diversidade e cria uma nova possibilidade de vida em comum e, sobretudo, de vida em paz. Mas, acima de tudo, parece-me que estes dias dissemos uma coisa. Vamos e devemos ir, temos que trabalhar para uma unidade espiritual do nosso mundo. Até agora, construímos uma unidade económica, comercial e de transportes. Movemo-nos de uma parte à outra do mundo com grande liberdade, mas é preciso valores para sermos unidos, é necessário uma unidade espiritual. Esta é a pergunta que emerge destes dias em Bolonha. Muitas pontes e entre elas gostaria de salientar uma, aquela para a nossa mãe terra, para a criação. De Bolonha há um maior compromisso dos crentes de todas as religiões, juntamente com os humanistas, de trabalhar mais para o bem da nossa Terra, para proteger o ambiente em que todos vivemos, porque só assim a familia humana poderá ter um futuro, tendo em conta o espiritual, os valores, mas também a nossa mãe terra."