"A Europa deve agir para assegurar a protecção daqueles que fogem do Afeganistão reconquistados pelos Talibãs. Nestas horas milhares de homens, mulheres e crianças estão a arriscar as suas vidas simplesmente por terem acreditado nos valores da democracia, liberdade de expressão e educação.
Pedimos também à Itália, que foi o primeiro país a experimentar com sucesso os "corredores humanitários", que adopte este instrumento para facilitar a evacuação dos refugiados afegãos.
Há mais de seis anos que nós, católicos e protestantes, trabalhamos em conjunto para construir corredores humanitários a partir do Líbano e, graças a um novo protocolo com os Ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros, estamos a lançar o primeiro "corredor humanitário" para 200 refugiados de centros de detenção na Líbia e, em paralelo, para permitir a evacuação de outros 300.
Com base nesta experiência, estamos prontos a implementar um projecto semelhante para os refugiados afegãos, prontos a colaborar com as instituições, administrações locais e outras expressões da sociedade civil que desejem partilhar este projecto humanitário urgente.
Podemos também ajudar os afegãos que já estão a viver em condições precárias na Europa. Pedimos a todos os governos europeus que suspendam as práticas de expulsão já decretadas para centenas de requerentes de asilo e refugiados afegãos, e também que revejam os pedidos rejeitados dada a dramática situação no terreno.
Reiteramos que a força moral e política da Europa é também construída garantindo direitos e protecção humanitária àqueles que são perseguidos e que já sofreram a tragédia da guerra".
Marco Impagliazzo, Presidente da Comunidade de Sant'Egidio
Luca M. Negro, Presidente da Federação das Igrejas Evangélicas em Itália
Alessandra Trotta, Moderatora da Távola Valdense
Reconhecimento dos refugiados já em Itália e na Europa