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“Não desistamos da esperança, vamos dar esperança e viver de esperança para tantas situações de solidão, pobreza, abandono”. A saudação de Marco Impagliazzo

Caros amigos,

 

em nome da Comunidade agradeço a vossa presença, que nos acompanha neste feliz aniversário, o 57º da nossa história. Como sabeis, a Comunidade nasceu em Roma, é filha da Igreja de Roma, da qual o Papa é bispo. Sente-se romana também com o sentido daquela abertura universal que caracteriza esta cidade e sobretudo a sua Igreja. Esta manhã tive a alegria de ser recebido pelo Papa Francisco que me pediu para trazer a sua bênção à Comunidade, o seu apoio e agradecimento por estar sempre ao lado dos pobres e, neste momento, particularmente dos migrantes com os corredores humanitários. E convida-nos a prosseguir no caminho da construção da paz nesta cidade e nos muitos lugares difíceis onde a Comunidade vive. Agradeço ao Cardeal Vigário, Baldo Reina, pela sua presença e pelas suas palavras e asseguro-lhe a plena comunhão ao serviço desta Igreja da qual é Vigário do Papa.

Um agradecimento especial à advogada Laura Mattarella pela sua presença e amizade e, através dela, permito-me transmitir desta assembleia ao Presidente da República as mais deferentes e afectuosas saudações e agradecimentos pelo seu serviço à unidade do país. Agradeço às autoridades civis e militares presentes. O meu pensamento vai para o Cardeal Kasper e para o seu empenhamento na unidade dos cristãos. Desejo ao Card. Gugerotti, empenhado no Médio Oriente, um trabalho frutuoso para a convivência naquelas terras perturbadas pelos conflitos. Agradeço ao Card. Bassetti pela amizade com que sempre nos acompanhou. Agradeço também aos bispos e delegados das outras Igrejas e comunidades cristãs.

Queridos amigos, irmãos e irmãs, estamos no Jubileu dedicado à esperança. E de esperança fala este povo de Sant'Egidio, limitado certamente, mas com vastos horizontes. Não percamos a esperança, demos esperança e vivamos da esperança para tantas situações de solidão, de pobreza, de abandono que encontramos no nosso caminho quotidiano. A esperança não desilude”, diz o apóstolo Paulo, cujos restos mortais são aqui venerados. Aproveito esta oportunidade para agradecer ao Cardeal Harvey, arcipreste desta Basílica, pela sua graciosa hospitalidade, juntamente com a comunidade beneditina e o Abade Ogliari.

Sentimos a responsabilidade de trazer “a esperança que não desilude” e estamos conscientes de que só com a força da amizade e o apoio de todos vós poderemos estar à altura desta tarefa.

Ao longo dos anos, procurámos sempre, na escuta da Palavra de Deus, “lâmpada dos nossos passos”, não cultivar visões partidárias ou ideológicas da vida e da história. Procurámos libertar-nos de olhar para as situações de forma binária e opositiva (como acontece muitas vezes nos conflitos) e da cultura do inimigo, que vê todo o mal no outro. E assim descobrir recursos e energias insuspeitadas, libertando-nos de um pessimismo previsível, na redescoberta dos laços entre homens e mulheres, entre povos, entre pessoas diferentes. Com a convicção de que devemos construir, dia após dia, um destino comum do qual ninguém se sinta excluído.

Muito gentilmente, um querido amigo, um rabino aqui em Itália, escreveu-me nos seus cumprimentos por este 57º aniversário: “O número 57 nas letras hebraicas corresponde a Zain: ‘Aquele que alimenta o mundo inteiro’. Que o Todo-Poderoso garanta muitos anos de realização e de bênçãos trazidas por Sant'Egidio ao mundo”. São desejos que envergonham pela sua generosidade, mas deles retiro o convite a trabalhar todos os dias para “alimentar” o nosso mundo que, em tantas das suas partes, tem fome de paz, de bondade, de amizade e de futuro. E, sobretudo, para alimentar a esperança. Obrigado por estarem aqui e continuemos a caminhar juntos.