Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eu sou o Bom Pastor,
minha voz as ovelhas escutam,
E serão um só rebanho e um só Pastor.
Aleluia aleluia, aleluia
Hebreus 3,7-14
Por isso, como diz o Espírito Santo:
Hoje, se escutardes a sua voz,
Aleluia aleluia, aleluia
Eu vos dou um mandamento novo:
amai-vos uns aos outros!
Aleluia aleluia, aleluia
O autor da carta pede-nos não só para continuarmos a escutar a Sua Palavra - mas também para exortarmos "uns aos outros todos os dias, enquanto dura a proclamação desse hoje, a fim de que nenhum de vós se endureça, enganado pelo pecado". Há uma grande sabedoria pastoral nesta indicação: só uma fraternidade efectiva e quotidiana, portanto, não casual ou extemporânea, assegura aos crentes o facto de serem discípulos fiéis. O autor dirige-se a toda a comunidade: todos os "irmãos" têm a responsabilidade de uma atenção recíproca preocupando-se, sobretudo, daqueles que já não escutam a voz de Deus. Todo o discípulo é chamado a estar atento ao irmão para que este não se perca. É esta a razão pela qual a cada discípulo é confiado o "paráclito", isto é, o poder de consolar para impedir a "esclerose" do coração, aquele endurecimento que torna o homem áspero, insatisfeito e egocêntrico. Com efeito, não se pode ser discípulo de Jesus por conta própria ou separados dos irmãos: somos discípulos unicamente se escutamos juntos a Palavra de Deus. De facto, na escuta comum das Escrituras, o próprio Espírito Santo fala e edifica num só corpo aqueles que O escutam. A continuidade na escuta torna discípulos todos aqueles que acolhem no coração a Palavra que é semeada neles. E "o hoje" que a carta invoca é a vida quotidiana iluminada pelo Evangelho. É assim que entramos no descanso que o Senhor concede aos Seus discípulos. Exorta-se reciprocamente, amparar-se uns aos outros e rezar juntos uns pelos outros, edifica a comunidade como família de Deus, onde o amor recíproco se torna na regra.