“Estamos aqui para chamar a atenção para o Sudão, um país onde está a decorrer uma catástrofe humanitária”. Foi o que disse Paolo Impagliazzo, secretário-geral da Comunidade de Sant'Egidio, na conferência de imprensa na Câmara dos Deputados, promovida por iniciativa do Deputado Paolo Ciani e dedicada à gravíssima emergência humanitária no Sudão, na qual participaram também o Irmão Antonio Soffiantini, da província italiana dos Missionários Combonianos, Marco Bertotto dos Médicos Sem Fronteiras, Brando Ricci da Nigrizia e o Padre Jorge Naranjo em ligação a partir do Porto Sudão.
“Apelamos ao governo italiano, dado o seu compromisso com África através do Plano Mattei, para que faça um esforço para retomar as negociações para pôr fim ao conflito, garantir o acesso da população à ajuda humanitária e continuar o acolhimento das famílias vulneráveis que fogem da guerra através dos corredores humanitários”, acrescentou Paolo Impagliazzo.
“Há dois anos que o Sudão é dilacerado por uma guerra civil que provocou uma catástrofe humanitária sem precedentes. Como em todas as guerras, são os civis que pagam o preço mais alto. Uma grande parte da população teve de fugir: dos cerca de 50 milhões de habitantes, doze milhões são deslocados internos e três milhões são refugiados nos países vizinhos, principalmente no Egito, no Chade e no Sudão do Sul. Por isso é essencial relançar as negociações”, concluiu Paolo Impagliazzo, recordando as ajudas distribuídas em algumas zonas de crise da região e o empenho de Sant'Egidio, em agosto passado, para a evacuação das religiosas salesianas, presas durante meses na linha da frente em Cartum.