Leitura da Palavra de Deus
Aleluia aleluia, aleluia
Eu sou o Bom Pastor,
minha voz as ovelhas escutam,
E serão um só rebanho e um só Pastor.
Aleluia aleluia, aleluia
Isaías 41,13-20
Porque Eu, o Senhor, teu Deus,
tomo-te pela mão,
e digo-te: 'Não tenhas medo,
Eu mesmo te ajudarei!'
Aleluia aleluia, aleluia
Eu vos dou um mandamento novo:
amai-vos uns aos outros!
Aleluia aleluia, aleluia
É fácil, sobretudo nos momentos difíceis, esquecer o amor, a misericórdia e a força do Senhor e ceder ao medo e ao desconforto. É fácil também para nós que vivemos num período onde parece medrar o medo pelo dia de hoje e pelo de amanhã. O mundo tornou-se mais complexo e dificilmente compreensível. As forças do mal parecem ganhar terreno seja na devastação da Criação seja na destruição dos laços de fraternidade entre os povos. A tragédia da pandemia revelou-nos a nossa fragilidade. As injustiças parecem crescer enquanto que é cada vez mais difícil encontrar um sonho comum. Não se vive bem num período e num mundo onde o medo e a raiva se sustêm reciprocamente criando um clima de mal-estar e de conflito. E parece que não é possível fazer nada: de resto, somo deveras pouca coisa, um "vermezinho" ou um "bichinho", para retomar as imagens do profeta. Mas o profeta recorda-nos a presença de Deus que é o Senhor da história. Ele mesmo nos diz: "Não tenhas medo, vermezinho Jacob, bichinho Israel; Eu mesmo te ajudarei!". A exortação repete-se várias vezes nesta breve página de Isaías, como que a querer forçar a porta do medo que não deixa ver o amor com que somos acompanhados. Quantas vezes, também nos Evangelhos, Jesus repete aos discípulos para confiarem n'Ele e não terem medo! E, se é verdade que "os pobres e os indigentes procuram água, mas não a encontram; estão com a língua seca de sede", também é verdade que o Senhor vem logo em socorro deles. O profeta fala do novo êxodo do povo de Israel do exílio babilónico: será uma libertação ainda mais profunda do que a primeira quando os fez sair do Egipto. Com efeito, se durante o caminho no deserto depois da primeira libertação o povo de Israel foi dessedentado com água que brotou de uma rocha, agora, o Senhor transformará o deserto num "lago e a terra seca em riachos de água". É o amor do Senhor que realiza prodígios cada vez maiores em prol do Seu povo. Um amor que alcança o seu ápice com Jesus que não só desceu do Céu para estar ao nosso lado, mas chegou até a dar a própria vida para nos salvar do pecado e da morte. É-nos pedido - como escreve o profeta - para "vermos e reconhecermos" esse amor e para nos deixarmos tocar no coração.