ORAÇÃO TODOS OS DIAS

Domingo de Ramos
Palavra de deus todos os dias

Domingo de Ramos

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Libretto DEL GIORNO
Domingo de Ramos
Domingo, 14 de Abril

Domingo de Ramos


Primeira Leitura

Isaías 50,4-7

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer,
para saber dar palavras de alento aos desanimados.
Cada manhã desperta os meus ouvidos,
para que eu aprenda como os discípulos.

O Senhor Deus abriu-me os ouvidos,
e eu não resisti, nem recusei.

Aos que me batiam apresentei as espáduas,
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.

Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio;
por isso não sentia os ultrajes.
Endureci o meu rosto como uma pedra,
pois sabia que não ficaria envergonhado.

Salmo responsorial

Salmo 21 (22)

Ao Director do coro. Pela melodia «A corça da aurora».
Salmo de David.

Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste,
rejeitando o meu lamento, o meu grito de socorro?

 Meu Deus, clamo por ti durante o dia e não me respondes;
durante a noite, e não tenho sossego.

Tu, porém, és o Santo
e habitas na glória de Israel.

 Em ti confiaram os nossos pais;
confiaram e Tu os libertaste.

 A ti clamaram e foram salvos;
confiaram em ti e não foram confundidos.

Eu, porém, sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.

Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.

 «Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo.»

Na verdade, Tu me tiraste do seio materno;
puseste-me em segurança ao peito de minha mãe.

 Pertenço-te desde o ventre materno;
desde o seio de minha mãe, Tu és o meu Deus.

 Não te afastes de mim, porque estou atribulado
e não há quem me ajude.

Rodeiam-me touros em manada;
cercam-me touros ferozes de Basan.

 Abrem contra mim as suas fauces,
como leão que despedaça e ruge.

Fui derramado como água;
e todos os meus ossos se desconjuntaram;
o meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

 A minha garganta secou-se como barro cozido
e a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;
reduziste-me ao pó da sepultura.

 Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:

 posso contar todos os meus ossos.
Eles olham para mim cheios de espanto!

Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.

 Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!
És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!

 Livra a minha alma da espada,
e, das garras dos cães, a minha vida.

 Salva-me da boca dos leões;
livra-me dos chifres dos búfalos.

 Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.

 Vós, que temeis o Senhor, louvai-o!
Glorificai-o, descendentes de Jacob!
Reverenciai-o, descendentes de Israel!

 Pois Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre,
nem desviou dele a sua face;
mas ouviu-o, quando lhe pediu socorro.

 De ti vem o meu louvor na grande assembleia;
cumprirei os meus votos na presença dos teus fiéis.

Os pobres comerão e serão saciados;
louvarão o Senhor, os que o procuram.
«Vivam para sempre os vossos corações.»

 Hão-de lembrar-se do Senhor e voltar-se para Ele
todos os confins da terra;
hão-de prostrar-se diante dele
todos os povos e nações,

 porque ao Senhor pertence a realeza.
Ele domina sobre todas as nações.

 Diante dele hão-de prostrar-se todos os grandes da terra;
diante dele hão-de inclinar-se todos os que descem ao pó
e assim deixam de viver.

Uma nova geração o servirá
e narrará aos vindouros as maravilhas do Senhor;

 ao povo que vai nascer dará a conhecer a sua justiça,
contará o que Ele fez.

Segunda Leitura

Filipenses 2,6-11

Ele, que é de condição divina,
não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;

no entanto, esvaziou-se a si mesmo,
tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens
e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,

rebaixou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz.

Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo
e lhe concedeu o nome
que está acima de todo o nome,

para que, ao nome de Jesus,
se dobrem todos os joelhos,
os dos seres que estão no céu,
na terra e debaixo da terra;

  e toda a língua proclame:
"Jesus Cristo é o Senhor!",
para glória de Deus Pai.

Leitura do Evangelho

Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória

Ontem fui sepultado com Cristo,
hoje ressuscito convosco que ressuscitastes;
convosco fui crucificado,
recordai-vos de mim, Senhor, no vosso Reino.

Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória

São Lucas 22,14-23,56

Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer, pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.» Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.» Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.» «No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa! O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue!» Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa. Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior. Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores. Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve. Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve. Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações, e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.» E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.» Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.» Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.» Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.» E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma. Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito chega ao seu termo.» Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta!» Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.» Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza. Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.» Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?» Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?» E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o. Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos:
«Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!

Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.» Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe. Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitando-o, disse: «Este também estava com Ele.» Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.» Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.» Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.» Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.»
E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo.

Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.»

E, vindo para fora, chorou amargamente. Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no. Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?» E proferiam muitos outros insultos contra Ele. Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal. Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis e, se vos perguntar, não respondereis. Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.» Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis; Eu sou.» Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.»


Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias-Rei.» Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes.» Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.» Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia até aqui.» Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu; e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também se encontrava em Jerusalém nesses dias. Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença. Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu. Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com veemência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos. Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro. Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais. Herodes tão-pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte. Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.» Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso. E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!» Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade, e por homicídio. De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o castigar.» Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus. Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois virão dias em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.’ Hão-de, então, dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’ E às colinas: ‘Cobri-nos!’ Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?» E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.»
Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.

O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»

Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,

diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»

E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.» Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.» Mas o outro, tomando a pala- vra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.» Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.» Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas. Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e já começava o sábado. Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado. Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.


 

Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória

Ontem fui sepultado com Cristo,
hoje ressuscito convosco que ressuscitastes;
convosco fui crucificado,
recordai-vos de mim, Senhor, no vosso Reino.

Louvor a Vós, Ó Senhor, Rei de eterna glória

Homilia

O domingo de Ramos, que inicia esta grande Semana Santa, é simultaneamente marcado pela entrada de Jesus em Jerusalém e pela narração da Sua Paixão e Morte. A Liturgia, reunindo numa única celebração estes dois eventos temporalmente distintos, parece querer tirar da nossa cabeça qualquer equívoco acerca do triunfo de Jesus. Ele entra como um rei, mas é diferente dos reis deste mundo: reina num trono que não é como o dos palácios dos reis; não vence com exércitos ou com alianças e nem Se afirma com um Seu numeroso e sólido grupo de pressão. Aos discípulos, durante a Última Ceia, diz: "Os reis das nações têm poder sobre elas, e os que sobre elas exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas entre vós não deverá ser assim: pelo contrário, o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa, seja como aquele que serve". Naquela própria noite, Jesus começa a sentir na própria carne as extremas consequências destas afirmações. Não é preciso muito para dizer que aquela morte foi injusta. De resto, a morte nunca é justa nem depois dos crimes mais ferozes; mas é deveras fácil afirmar que a morte daquele Homem foi cruelmente injusta. Quem escuta a narração desta morte com um pouco de coração, fica comovido e sente pena: aquele Homem bom teve de sofrer muito e de morrer na Cruz só porque tinha falado do Evangelho e tinha dito que era o Filho de Deus. Cada um de nós ao terminar a leitura da "Passio" sente uma sensação de aflição e de amargura e é levado a dizer: "eu não o teria feito", ou então, a justificar-se: "Não sou Pilatos, nem sou Herodes, nem sequer Judas...". Mas há também Pedro; não é o pior dos discípulos; pelo contrário, se não é o melhor é com certeza o mais importante, aquele a quem Jesus confiou a maior responsabilidade. Pedro tem uma grande ideia de si, é orgulhoso, até mesmo susceptível. Ofende-se quando Jesus lhe diz que O trairá: "Senhor, contigo estou pronto a ir até mesmo para a prisão e para a morte". E, no entanto, foi suficiente uma mulher para fazer cair tudo. Foi o encontro com o olhar de Jesus que abalou Pedro: "Então o Senhor, voltou-Se e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se do que o Senhor lhe havia dito" (Lc 22, 61). Os cristãos, nós, não somos heróis; somos como todos; mas se os nossos olhos se cruzam com os olhos d'Aquele homem que vai ser morto, também nós nos lembraremos das palavras do Senhor e ficaremos livres dos nossos receios. É a graça desta semana; poder estar ao lado d'Aquele homem que sofre e que morre para poder enxergar o Seu olhar.

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